Introdução
No contexto da história da cultura ocidental, é fácil
observar que educação e filosofia sempre estiveram juntas e próximas. Pode-se
constatar, com efeito, que desde seu surgimento na Grécia clássica, a filosofia
se constituiu unida a uma intenção pedagógica, formativa do humano. Ela já
nasceu paidéia! Para não citar senão o exemplo de Platão, em momento algum o
esforço dialético de esclarecimento que propõe ao candidato a filósofo deixa de
ser simultaneamente um esforço pedagógico de aprendizagem. Praticamente todos
os textos fundamentais da filosofia clássica implicam, na explicitação de seus
conteúdos, uma preocupação com a educação.
Além desse dado intrínseco do conteúdo de seu
pensamento, a própria prática dos filósofos, de acordo com os registros históricos
disponíveis, eslava intimamente vinculada a uma tarefa educativa, fossem eles
sofis-tas ou não, a uma convivência escolar já com características de
institucio-nalização.
A verdade é que, em que pese o ainda restrito alcance
social da educação. a filosofia surge intrinsecamente ligada a ela,
autorizando-nos a consi-derar, sem nenhuma figuração, que o filósofo clássico
sempre foi um grande educador.
Desde então, no desenvolvimento histórico-cullural da
filosofia ocidental, essa relação foi se estreitando cada vez mais. A filosofia
escolástica na Idade Média foi, lileralmene, o suporte fundamental de um método
pedagógico responsável pela formação cultural e religiosa das gerações
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Professor Assistente, Doutor da Faculdade de Educacão, da USP
européias que estavam constituindo a nova civilização
que nascia sobre os escombros do Império Romano. E que falar então do
Renascimento. com seu projeto humanista de cultura, e da Modernidade, com seu
projeto iluminista de civilização?
Não foi senão nesta última metade do século vinte que
essa relação tendeu a se esmaecer! Parece ser a primeira vez que uma forte
tendência da filosofia considera-se desvinculada de qualquer preocupação de
natureza pedagógica, vendo-se tão-somente como um exercicio puramente lógico Essa
tendência desprendeu-se de suas próprias raízes, que se encon-travam no
positivismo, transformando-se numa concepção abrangente. denominada
neopositivismo, que passa a considerar a filosofia como tarefa subsidiária da
ciência, só podendo legitimar-se em situação de dependência frente ao
conhecimento cientifico, o único conhecimento capaz de verdade e o único
plausível fundamento da ação. Desde então qualquer critério do agir humano só
pode ser técnico, nunca mais ético ou político. Fica assim rompida a unidade do
saber.
Mas, na verdade, esse enviesamento da tradição
filosófica na contempo-raneidade é ainda parcial, restando válido para as
outras tendências igualmente significativas da filosofia atual que os esforços
de reflexão filosófica estão profunda e intimamente envolvidos com a tarefa
educa-cional. E este envolvimento decorre de uma tríplice vinculação que
deli-neia três frentes em que se faz presente a contribuição da filosofia para
a educação.
A
Educação como Projeto, a Reflexão e a Práxis
CONTRIBUIÇÕES
DA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO
Dermeval Saviani*
http://www.emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/715/638
devemos sempre refletir sobre o que herdamos de cultura e sabedoria dos filosofos dos seres pensantes que conhecemos durante nossa formacao educacional.Para isto lembro-me daquela frase de Decart PENSO LOGO EXISTO.Por que o que seria das respostas se nao fossem as perguntas,no mundo globalizado que vivemos.
ResponderExcluirIsso mesmo Vilma. Muitos filósofos nos deixaram uma grande herança,levantando questões que até então não teria sido. Realmente sem perguntas não há respostas!
ResponderExcluirDe acordo com o meu ponto de vista, filosofia está para à educação de maneira notavelmente positiva, uma vez que se estiver realmente inserida e aplicada com o intuito das três frentes citadas no texto acima.