segunda-feira, 7 de maio de 2012

II UNIDADE - FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Uma introdução a Importância da Filosofia da Educação

Vamos começar a Segunda Unidade de nossos estudos. Devemos pensar na Importância da Filosofia para a Educação.
Antes de adentramos propriamente, façamos uma introdução revendo o texto do Prof. Eduardo O C Chaves, Filosofia da Educação e a Análise de Conceitos Educacionais. Se desejar ver o texto completo acesse: http://chaves.com.br/TEXTSELF/PHILOS/filed77-1.htm
Solicito uma reflexão sobre a questão(R1) proposta ao final desse estudo.
... “Mas falemos agora em filosofia da educação. A filosofia analítica da educação, seguindo a caracterização apresentada nos parágrafos anteriores, não discorre sobre o fenômeno da educação, como tal, mas sim sobre o que tem sido dito acerca desse fenômeno (por exemplo, por sociólogos da educação, psicólogos da educação, ou por qualquer pessoa que reflita sobre a educação). Não resta a menor dúvida de que uma das primeiras e mais importantes tarefas da filosofia da educação, a partir da caracterização da tarefa da filosofia sugerida acima, é a análise e clarificação do conceito de "educação". Fala-se muito em educação. "Educação é direito de todos", "educação é investimento", "a educação é o caminho do desenvolvimento", etc. Mas o que realmente será essa educação, em que tanto se fala? Será que todos os que falam sobre a educação usam o termo no mesmo sentido, com idêntico significado? Dificilmente. É a educação transmissão de conhecimentos? É a educação preparação para a cidadania democrática responsável? É a educação o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo? É a educação adestramento para o exercício de uma profissão? As várias respostas, em sua maioria conflitantes, dadas a essas perguntas são indicativas da adoção de conceitos de educação diferentes, muitas vezes incompatíveis, por parte dos que se preocupam em responder a elas. Este fato, por si só, já aponta para a necessidade de uma reflexão sistemática e profunda sobre o que seja a educação, isto é, sobre o conceito de educação.
Assim que se começa a fazer isso, porém, percebe-se que a tarefa de clarificação e elucidação do conceito de educação é extremamente complexa e difícil. Ela envolve não só o esclarecimento das relações existentes ou não entre educação e conhecimento, educação e democracia, educação e as chamadas potencialidades do indivíduo, educação e profissionalização, etc. Envolve, também, o esclarecimento das relações que porventura possam existir entre o processo educacional e outros processos que, à primeira vista, parecem ser seus parentes chegados: doutrinação, socialização, aculturação, treinamento, condicionamento, etc. Uma análise que tenha por objetivo o esclarecimento do sentido dessas noções, dos critérios de sua aplicação, das suas implicações, e da sua relação entre si e com outros conceitos educacionais é tarefa da filosofia da educação e é condição necessária para a elucidação do conceito de educação.
Mas há ainda uma outra família de conceitos que se relaciona estreitamente com a educação: a dos conceitos de ensino e aprendizagem. Qual a relação existente entre educação e ensino, entre educação e aprendizagem, e entre ensino e aprendizagem? Façamos uma lista de possíveis perguntas a serem feitas acerca do relacionamento dessas noções:
  • Pode haver educação sem que haja ensino?
  • Pode haver educação sem que haja aprendizagem?
  • Pode haver ensino sem que haja educação?
  • Pode haver aprendizagem sem que haja educação?
  • Pode haver aprendizagem sem que haja ensino?
  • Pode haver ensino sem que haja aprendizagem? (3)
Tem se criticado muito uma visão da educação que coloca muita ênfase no ensino (e, conseqüentemente, no professor). O importante, afirma-se, não é o ensino, e sim a aprendizagem. Os mais exagerados chegam quase a afirmar: "Morte ao ensino! Viva a aprendizagem!" Outros fazem uso de certos slogans meio obscuros: "Toda aprendizagem é auto-aprendizagem". Incidentalmente, faz-se muito uso, em livros e discursos sobre a educação, de slogans cujo sentido nem sempre é muito claro. Um outro slogan muito usado, nesse contexto, é o seguinte: "Não há ensino sem aprendizagem". Parece claro que, para poder julgar quanto à verdade ou à falsidade dessas afirmações, é indispensável que os conceitos de ensino e aprendizagem tenham sentidos claros e específicos -- o que, infelizmente, não acontece com muita frequência. É necessário, portanto, que o sentido desses conceitos seja esclarecido e que sua relação com o conceito de educação seja elucidada, e a filosofia da educação pode ser de grande valia nessa tarefa.
Para terminar essa primeira parte, que tem por finalidade caracterizar a filosofia da educação, dentro da perspectiva mais geral de uma visão da filosofia que foi explicitada nos primeiros parágrafos, deve-se fazer menção de um outro conjunto de problemas relacionado, de alguma forma, com os já mencionados, mas que, por razão de espaço, não será explicitamente discutido: a questão da relação entre educação e valores. Este problema tem vários aspectos. Um deles é o seguinte: é tarefa da educação transmitir valores? Muitos já observaram que, seja ou não tarefa da educação transmitir valores, ela de fato os transmite, pelo menos de maneira implícita. Outros afirmam que, embora seja tarefa da educação transmitir valores, a educação moral, como às vezes é chamada a transmissão de valores através da educação, não é tarefa da educação escolar, isto é, da educação que se realiza no âmbito de uma instituição chamada escola, e sim da educação que tem lugar no contexto da família, ou talvez, se for o caso, da igreja. Esta resposta levanta, em um contexto específico, o problema mais amplo da relação entre educação e escola. Para muitos, quando alguém está falando em educação está, automaticamente, falando em escolas, e vice-versa. Mas a educação certamente parece ser algo que transcende os limites da escola, e hoje em dia fala-se muito em "educação sem escolas". Os proponentes do ponto de vista que mencionamos acima acreditam que pelo menos uma parte da educação, aquela que diz respeito à transmissão de valores, deve ser levada a efeito fora da escola. Todos esses problemas são complexos, e embora a filosofia da educação não tenha respostas prontas para eles, ela pode contribuir muito para sua solução satisfatória, ajudando na elucidação e clarificação dos principais conceitos envolvidos nesse conjunto de problemas.
Antes de passarmos para a segunda parte deste trabalho, duas pequenas observações. A primeira é um lembrete de que os problemas aqui mencionados como sendo do âmbito da filosofia da educação de maneira alguma esgotam as questões a que um filósofo da educação, como tal, pode se dirigir, mesmo que ele seja partidário da conceituação de filosofia e filosofia da educação aqui proposta. Há uma série de outros problemas, a que não se fez referência, que estão, legitimamente, dentro da província da filosofia da educação como aqui conceituada. No que foi esboçado acima e no que será discutido abaixo temos apenas uma amostra de como alguns conceitos educacionais podem ser analisados filosoficamente.
Em segundo lugar, não se pode esquecer que a caracterização da filosofia da educação aqui apresentada é uma caracterização possível, que é sugerida a partir de uma conceituação analítica da filosofia, a qual não é, de maneira alguma, a única possível. Muitos filósofos discordam da orientação sugerida aqui e apresentam, conseqüentemente, uma visão diferente da natureza e tarefa da filosofia da educação. Em muitos dos casos a visão por eles sugerida apenas complementa (e não substitui) a apresentada no presente trabalho. Em outros casos é bem possível que as concepções sejam mutuamente exclusivas. Nos últimos parágrafos faremos menção do nosso ponto de vista acerca da relação entre a filosofia da educação e a teoria da educação, segundo o qual muita coisa que foi e é apresentada como filosofia da educação deve ser colocada no âmbito da teoria da educação. Contudo, é apenas no contexto de discussões acadêmicas acerca do conceito de filosofia da educação que faz alguma diferença designar posições acerca da educação como pertencentes à teoria, e não à filosofia da educação.
R1 – Do conceito de Educação, que questões filosóficas são pertinentes, que é possível refletir antes de conceituar?

6 comentários:

  1. concordo bem com esta afirmação de que não seja por exclusividade da educação escolar transmitir valores, esta educação se dar em maior extremidade, importância e necessidade na educação familiar e da igreja como citada no texto e acrescento mais a importância também da educação social para esta transmissão dos valores.
    porém não se deve por meio desta linha de pensamento isentar a educação escolar de uma contribuição nesta causa, de forma direta ou indireta a educação escolar também é uma ferramenta de muita importância neste processo.

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  2. Bom dia, Diego!
    É muito importante levantar essa discussão. Sugiro ler toda a abertura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, do Título II, Artigo II, que trata do Princípios e Fins(http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf). A Omissão da Escola pode causar sérios danos na formação do Cidadão.
    Um Abraço!
    Oliveiros

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  3. Com base no artigo e em minha ótica: A Filosofia da Educação busca amalgamar a educação, ensino e aprendizagem. Porém as disparidades atuais do sistema educacional torna inviável a prática filosófica na educação, restando apenas a parte analítica da mesma.
    Analisa-se, analisa-se e analisa-se uma realidade tão antiga e atual a um só tempo.
    Somos levados a pontos de reflexão e neles paramos. Esquecemos a necessidade de completar a educação, mesmo sabendo que têm muita coisa faltando. Reflitamos então:
    As instituições sociais não concentram o conhecimento elas apenas distribuem, porém há erros nesse ato?

    O artigo deveria enfatizar o estudo, pois nele está o viés de todas as questões da educação. O aluno apenas assiste a aula se não houver estudo, ( a menos que seja autodidata)por mais que o professor esteja engajado com o espírito do ensinar. O estudo aliado à prática pode resolver parte dos questionamentos que nos cercam.

    Lembrei que na aula anterior introduzimos a Lei que rege a educação(LDB), e notoriamente não precisou avançar os artigos para depararmos com a deficiência no cumprimento das diretrizes primordiais.
    Então
    Se a sociedade atual não garante àquilo que é básico, talvez o avanço seja tardio demais.

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  4. A deficiencia no cumprimento das diretrizes primordiais e clara sendo preciso uma atitude radical para que se possa garantir oque seja necessario para o desenvolvimento da educacao como um todo,tornando possivel um desenvolvimento em conjunto,o que seria muito bom,porem nao e a realidade que temos.Achei interessante o ponto de vista do Romildo.

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  5. Respondendo algumas das perguntas acima onde se pregunta se Pode haver ensino sem aprendizagem? Não. O ensino atua sobre a aprendizagem, isto é , o ensino é a acção criada para orientar a aprendizagem. Pode haver aprendizagem sem ensino? Sim , porque o ensino existe para motivar, dirigir e orientar a aprendizagem. Pode haver educação sem aprendizagem? Não . Para educar precisa-se do ensino o qual orienta a aprendizagem, portanto, para que alguem seja educado necessita de aprender algo relacionado com tal educação.

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  6. De acordo com oque o meu colega Diego coloca, não se pode isentar de forma alguma a educação escolar da transmissão de valores. Isso é fato!
    A escola deve de forma contínua fazer parte deste importante processo, educando, guiando para o "caminho certo", de modo que se busque sempre mostrar os melhores valores possíveis para a formação de uma boa conduta.

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