Veja o Gráfico acima, ele reúne parte das teorias que temos discutido, a
exceção da palavra EXPRESSÃO, ela não se encontra em nenhum dos filósofos
estudados, embora tenha um significado pontual, ou seja, a maneira como
externamos o que aprendemos sobre algo, é o momento em que nossos pensamentos,
sentimentos, emoções, atenção e motivação se apresentam. O grau de conhecimento
se revela aí. Nunca será completo, porque essa expressão não será a mesma no
momento seguinte, nunca será. É o mesmo que a ideia de processo, ele nunca se
repete, como disse Heráclito: ninguém pode
entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se
encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou.
SOBRE O CONHECIMENTO
Apresentamos
abaixo um ligeiro contorno de alguns pensadores sobre o conhecimento. Ter uma
visão ampla, com o objetivo de chegarmos a uma visão particular que possa ter
um sentido prático na realidade docente contemporânea, dentro da licenciatura
escolhida. Que os fragmentos abaixo sirvam de motivação até tornar mais clara a
forma como cada um deve lidar com os conteúdos e as ações da sua área de estudo.
SOCRATES
Para Sócrates, a filosofia vem de dentro para
fora e sua função é despertar o conhecimento, ou seja, o Auto-conhecimento,
pois a verdade está dentro de cada um. Para conhecer a si mesmo é preciso
conhecer o outro. A alma do outro é como se fosse o espelho da própria alma.
O
“conhecer-te a ti
mesmo”, que era, na inscrição de Delfos (onde Sócrates foi
proclamado o mais sábio), uma advertência ao homem para que reconhecesse os
limites da natureza humana, tem dois significados : Ter a consciência da
condição humana, não tentar ser mais do que é para os homens serem, não tentar
ser Deus, não ser arrogante, devendo os limites do homem serem respeitados para
que se viva bem, ou seja, a consciência da seriedade e gravidade dos problemas,
que impede toda presunção de fácil saber e se afirma como consciência inicial
da própria ignorância; E, o conhecimento interior, para o grego, é conhecer o
que permanece oculto, isto é, as coisas divinas eternas, o que as pessoas nem
sabem que podem ser. Ou seja, é necessário conhecer o mundo para conhecer a si
mesmo.
O
conhecimento da própria ignorância não é a conclusão final do filosofar, mas o
seu momento inicial e preparatório.
O
caminho para o conhecimento interior é individual a cada um.
ESTÓICOS
O conhecimento, para os
estóicos, basea-se na certeza do conhecimento, ou seja, qualquer conhecimento
seria decorrente de impressões recebidas pelos sentidos. Os estóicos diferenciam
o significado do conhecimento, ou seja, o significado seria tudo aquilo que se
pode pensar e dizer sobre as coisas.
Epicuro diz que o homem é essencialmente, um
ser-que-sente, e a sua lógica é a codificação de uma teoria sensista do
conhecimento, segundo o qual o conhecimento humano começa e termina na sensação
(aísthesis) que pode desdobrar-se em "antecipação" (prolípses)
ou representações mentais e em sentimentos (pathé) de pena e prazer.
PLATÃO
Segundo Platão, conhecer é recordar verdades que já
existem em nós - teoria que pode ser atestada sempre que nos deixamos guiar
pela voz do inconsciente.
"Aprender
é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe.
Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você."
Essa
máxima, extraída do livro Ilusões, de Richard Bach, sintetiza o inatismo de
Platão, doutrina filosófica segundo a qual aprendemos devido a um processo
natural de descobertas, capaz de desentranhar conhecimentos racionais e idéias
verdadeiras que se encontram, a priori, latentes, guardados em nosso mundo
interior.
PARA VIGOTSKY
“O conhecimento é construído socialmente, no
âmbito das relações humanas”.
“Na ausência do outro, o homem não se
constrói. O conhecimento é sempre
intermediado”.
“Nenhum conhecimento é construído pela pessoa
sozinha, mas sim em parceria com as outras, que são os mediadores”.
PARA PIAGET
A construção do conhecimento SEGUNDO PIAGET
A Organização e a Adaptação
Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento
intelectual, partiu da idéia que os atos biológicos são atos de adaptação ao
meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um
equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do
mesmo modo que o desenvolvimento biológico (WADSWORTH, 1996). Para Piaget, a
atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total"
do organismo (1952, p.7) :
Do ponto de vista biológico,
organização é inseparável da adaptação: Eles são dois processos complementares
de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do
qual a adaptação constitui o aspecto externo.
Ainda segundo Piaget (PULASKI, 1986), a adaptação
é a essência do funcionamento intelectual, assim como a essência do
funcionamento biológico. É uma das tendências básicas inerentes a todas as
espécies. A outra tendência é a organização. Que constitui a habilidade de
integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Ainda
segundo o autor, a adaptação acontece através da organização, e assim, o
organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é
bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de
adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.
Os Esquemas
PAULO
FREIRE
De acordo com Freire o “conhecimento emerge apenas através
da invenção e reinvenção, através de um questionamento inquieto, impaciente,
continuado e esperançoso de homens no mundo, com o mundo e entre si”.
O conhecimento é um processo que transforma tanto aquilo que se conhece como
também o conhecedor. Isto é, o conhecimento surge apenas da relação dialógica e
recíproca entre um trinômio formado pelo conhecimento ele mesmo, o professor e
o aluno.
JOHN
DEWEY
... “Dewey é conhecido como
pragmático, definindo conhecimento como aquilo que permite ao indivíduo
executar determinadas tarefas, ou seja, o que funciona”.
Ele resume a relação entre esses
princípios da seguinte forma: os conceitos de situação e interação são
inseparáveis um do outro. Uma experiência sempre é o que é porque a transação
acontece sempre entre um indivíduo e o que naquele momento é o meio ( outra
pessoa, um livro etc…). Isto mostrou, para Dewey, que o ponto de partida para o
desenvolvimento de uma filosofia educacional é a natureza da experiência de
aprendizagem. Mais ainda, ele considera a atividade cognitiva como recíproca e
simbiótica, onde ambos se constituem mutuamente e se moldam um ao outro, o
aprendiz e o que se aprende.
Para Dewey o conhecimento é função
de inferências dedutivas e indutivas de dados e hipóteses visando a solução de
problemas específicos que surgem na dinâmica entre a experiência humana e seus
objetivos. A ênfase do pensar como solução de problemas é talvez tanto uma
característica da filosofia educacional de Dewey como é do pensamento moderno
em geral.
percebemos que todas estas leituras folosóficas são importantes e contribui bastante para a definição do conhecimento, porém assumindo aqui uma visão e definição individual, estou de acordo com a visão de vigotsky, o conhecimento não se contrói sozinho, ele precisa de uma intermediação para concretização do mesmo,uma vez que, para se tornar conhecimento deve haver a prática da informação, deve nos inquietar, e sem esta intermediação para praticarmos tão pouco esta informação se torna conhecimento, e também como freire afirma que o conhecimento se cria na relação dialógica e recíproca entre um ser e outro ser.
ResponderExcluirMe identifico muito com o conceito de Paulo Freire sobre o conhecimento, também acho que ele surge da invenção e reinvenção, essa mudança e constante análise de diferentes pontos de vista que podem gerar mais conhecimento, acho essa capacidade humana de duvidar e buscar respostas principal construtora de conhecimento, pois é essa busca constante que o gera.
ResponderExcluirAcho que o conceito de conhecimento para Paulo Freire é o que mais se encaixa nas nossas reflexões quando ele diz que o conhecimento "emerge de um questionamento inquieto". Somente através da interação do homem com outro homem e das inquietações e questionamentos que surgem a partir dessa interação é que se obtém o real conhecimento.
ResponderExcluirAchei interessante essa questão da expressão que se faz do que aprendemos, que nunca será da mesma forma, a cada instante será diferente, assim como o conhecimento, que é algo relativo, que é visto de forma diferente por cada pessoa, e dependendo do momento em que o mesmo é passado, significará algo novo e diferente para cada indivíduo.
ResponderExcluirAchei importante a concepção de VIGOTSKY quando une o conhecimento ao meio social. Nós estamos a todo tempo aprendendo uns com os outros.
ResponderExcluirTambém achei muito interessante esses conceitos , principalmente os de Paulo Freire que mostra o conhecimento como um processo que transforma tanto aquilo que se conhece como também o conhecedor.
ResponderExcluirConcordo plenamente com Paulo Freire quando cita que conhecimento surge da relação dialógica e recíproca entre um trinômio formado pelo conhecimento professor/aluno. Não é tão notório a frequência dessa relação nos dias atuais, mas é um "método" que nos pacifica a adoção do conhecimento, seja ele qual for.
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