terça-feira, 3 de novembro de 2015

EXISTENCIALISMO NA EDUCAÇÃO


  







EXISTENCIALISMO NA EDUCAÇÃO


Toda concepção de educação tem um fundo filosófico que dá sustentação a esta maneira de pensar, assim, segue um breve relato, neste texto, da corrente existencialista e sua influência na educação.

Principais características:

Inicia depois da 1ª Guerra mundial em meios a grandes crises históricas e mundiais.

Interessa-se pelo homem como ser existente

A existência esta no sujeito, é um modo de ser finito e é possibilidade, ou seja, poder ser. O homem é o que decidiu ser. Ele próprio se faz.

Três pontos principais: Centralidade da existência como modo de ser daquele ente finito que é o homem. Transcendência do ser (o mundo/ Deus) com o qual a existência se relaciona. Possibilidade como modo de ser constitutivo da existência, sem a qual não se pode analisar a existência.

Martin Heidegger (1889-1976)

Um dos principais e mais conhecido filósofo da existência.

A QUESTÃO DO SER: o homem se pergunta sobre o sentido do ser. O homem é o dasein, o ser-aí. Ele esta sempre em uma situação concreta e é ativo nela. Ele não aceita ser uma simples presença, ele é o ente o qual as coisas estão presentes. A essência do ser-aí é a sua existência.

O SER-NO-MUNDO: a existência é transcendência que para Heidegger é superação. O homem é projeto e as coisas do mundo são originalmente utensílios em função do projeto humano. O homem não é um expectador do mundo mas, está nele e envolvido por ele.

Estar no mundo é estar com o outro, não existe sujeito isolado. A minha existência é eu e o outro, é um coexistir.

SER-PARA-MORTE: a única coisa da minha existência que não posso deixar de fazer é morrer. A morte é uma possibilidade permanente que tornam as outras possibilidades impossíveis. A morte não me deixa acomodar-se em um projeto, dá sentido à vida e nos indica a aceitação da finitude.

O existencialismo na educação

O existencialismo declara que o homem é livre e ele constrói sua existência. Ele é autêntico, não deve ser aquilo que a sociedade deseja. A escola não pode ser modeladora de pessoas, mas ajudar o indivíduo a desenvolver sua personalidade livre e criadora.

O educador não pode impor princípios morais, mas levar o aluno fazer escolhas responsáveis.

Ele deve desenvolver no educando a coragem de ser ele próprio.

A importância da educação não reside no quanto os alunos podem aprender, mas na maneira como aprendem e o que representa para eles.

Em suma o existencialismo propõe que a finalidade da educação é desenvolver ao Máximo a criatividade do aluno, levando a ter idéias próprias, num clima de liberdade, mas com responsabilidade.

CONCLUSÃO

Podemos perceber com essa apresentação que cada modo de ver o mundo e o homem, influencia na maneira de conceber a educação. O ideal é que não se deixe de pensar o ser humano concreto como aquele que fala, age, pensa, é livre e é sujeito e agente de sua própria educação.


FONTES

BRUGGER, Walter (org). Dicionário de Filosofia. Trad.: Antonio Pinto de Carvalho. São Paulo: Herder, 1962.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996.
FONTOURA, Amaral. Filosofia da educação. Rio de Janeiro: Aurora, 1975.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Trad.: Álvaro Cunha. São Paulo: Paulus, 1991. Vol. I, II, III.
SAVIANI, Dermeval. As concepções pedagógicas na História da educação brasileira. Campinas, 2005.
SILVA, Márcio Bolda. Metafísica e assombro. Curso de ontologia. São Paulo: Paulus, 1994

Extraído do blog: http://elviofilosofo.blogspot.com.br/2009/01/existencialismo-na-educao.html



Existencialismo
Publicado por: Filipe Rangel Celeti em Filosofia



O existencialismo é o nome dado à corrente filosófica iniciada no séc. XIX pelo filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855). Como o próprio nome diz, o conjunto de doutrinas existencialistas tem foco na existência, isto é, na condição de existência humana.
O termo “existencialismo” foi cunhado somente no século XX por Gabriel Marcel, filósofo francês, em meados de 1940. O existencialismo francês do pós-guerra ficou popularizado em razão da obra de Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus.

O tema da existência humana foi trabalhado por diversos pensadores, mas é Kierkegaard que faz das perguntas existenciais o foco de sua pesquisa filosófica. Escreveu sobre a aparente falta de sentido da vida, da busca de sair desse tédio existencial e sobre a realização de escolhas livres. Assim, o homem, em sua liberdade, escolhe para definir sua natureza.

Influenciado por Kierkegaard, o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) desenvolveu sua ideia de Dasein. Para ele, o homem não é um ser abstrato ou uma substância, mas uma existência presente, um Dasein (do alemão: Ser-aí).

O auge do pensamento existencialista ocorre na França, com Jean-Paul Sartre (1905-1980), filósofo francês, e Albert Camus (1913-1960), filósofo argelino, que popularizaram o termo e as ideias escrevendo, além de textos teóricos, romances e peças de teatro. Essa força nos anos pós-guerra tem muito a ver com a recuperação de conceitos como liberdade e individualidade.

O pensamento existencialista defende, em primeiro lugar, que a existência vem antes da essência. Significa que não existe uma essência humana que determine o homem, mas que ele constitui a sua essência na sua existência. Esta construção da essência se dá a partir das escolhas feitas, visto que o homem é livre. Nessa condição na qual o homem existe e sua vida é um projeto, ele terá de escolher o que quer ser e efetivar sua vontade agindo, isto é, escolhendo.

Se a condição humana é esta, então o homem vive numa angústia existencial. Ter de escolher a todo instante é angustiante, pois cada escolha irá refletir diretamente no que se é. A angústia é o reflexo da liberdade humana, dessa ampla possibilidade de escolher e ser responsável por cada escolha.

Outra característica da condição humana é o desespero. Aquilo que nos torna quem somos pode ser perdido e nos deixar em desespero. Um atleta que sofre um acidente e fica incapacitado de competir certamente entraria em desespero. Porém, toda existência humana está em desespero, pois o homem precisa de coisas externas, que ele não controla, para se sentir quem ele é. Assim, mesmo vivendo sem o desespero, o homem está vivendo num constante desespero.

Um tema abordado por Sartre é bem interessante, o desamparo. Somos livres, escolhemos, temos a angústia de escolher e o desespero de perder tudo. Mas, também estamos desamparados, isto é, não temos muletas, desculpas ou a quem culpar por nossas escolhas.
Com isto, o existencialismo é o conjunto de ideias que coloca no ser humano a responsabilidade por se construir e por seus atos. Não há desculpas e justificativas para nossas ações. O que somos ou o que fazemos não é produto de nossa infância, de nossa criação, do destino ou da divindade. Estamos sozinhos, lançados no mundo, para nos inventar, pois não há nada anterior à nossa existência para definir o que somos.


Filipe Rangel Celeti
Colaborador Mundo Educação
Bacharel em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP
http://www.mundoeducacao.com/filosofia/existencialismo.htm




A EDUCAÇÃO DA SUBJETIVIDADE EM KIERKEGAARD E PAULO FREIRE
The education of subjectivity in Kierkegaard and Paulo Freire
 Cleiton Santos Nunes
UESB

Resumo: Este ensaio pretende estabelecer um paralelo entre o filosofo dinamarquês Soren Aybe Kierkegaard e o educador brasileiro Paulo Freire, tomando como base a compreensão de educação da subjetividade nos referidos autores e suas implicações ético-pedagógicas na construção do caráter e da personalidade do indivíduo singular no interior das contradições existenciais, as quais o indivíduo enquanto pessoa humana precisa decidir em concretizar as possibilidades e tornar-se a si mesmo ou permanecer na inautenticidade, no anonimato e na impessoalidade. Ambos os autores, compreendem a educação como um fazer que deva ser capaz de promover a construção da autenticidade das pessoas a partir da transformação das condições da existência.

Palavras chaves: Inautenticidade. Educação. Singularidade.



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